António Lourenço dos Santos
Interrogamo-nos com frequência acerca das causas do
declínio económico e social de Tomar.
São produzidas muitas opiniões e existem muitos
escritos publicados para responder a esta questão que aflige. Mas afinal podemos
poupar-nos à leitura desses artigos. Temos demonstrações ao vivo.
Nestes últimos tempos, assistimos a 3 dessas
demonstrações, que ilustram os absurdos que enfraquecem Tomar desde há décadas.
Ato 1. A entrevista da Presidente
da Câmara a um Jornal local. Fomos contemplados com um conjunto de lugares
comuns, de algumas promessas estéreis que cavalgam o anuncio de uma espécie de obras
de regime, e da confissão de uma pretensão intima, a de existir um projeto para
Tomar. Qual, não se sabe…mas talvez seja esse o símbolo vazio e descolorido do
mandato deste executivo camarário. Tal como de outros, aliás, porque o mal não
é (só) de agora. Fica para memoria a incapacidade de apresentar um desígnio
condutor para o desenvolvimento do Concelho, e de o valorizar com ações e em
atos concretos.
Ato 2. A farsa do PEDU, que pode ser
escolhida como símbolo da capacidade desta Câmara. Não se compreende que a
Câmara nos queira entreter com uma designação pomposa (“Plano Estratégico”)
para enquadrar meia dúzia de obras sem coerência entre elas. Na realidade está
a desperdiçar uma oportunidade única de usar o programa 2020 para se dotar de
um verdadeiro Plano que exibisse os eixos e as ações de uma estratégia para nortear
o desenvolvimento na próxima década. Uma estratégia para atrair investimentos
geradores de empregos, de modo a criar condições de fixação de população em
Tomar. Uma estratégia que nos permitisse recuperar alguma esperança. Certo é
que a Camara de Tomar arrisca-se a ser uma das poucas que não se sabe o que
querem para o desenvolvimento do Município. Tanto pior para os Tomarenses, que
continuam a assistir ao declínio da sua cidade…apesar desse PEDU.
Ato 3. A desvalorização sistemática
da Oposição, como se para lá das fronteiras desta coligação apenas existisse um
vazio de ideias e de pessoas. E como se
a Coligação soubesse o que quer fazer para vencer os problemas principais que
existem. Tomar está em declínio, visível no encerramento de Empresas, na perca
de Empregos, e no êxodo de população. Não se entende que algumas forças políticas
não se queiram ouvir, e não troquem ideias nem discutam opiniões, para vencer
esse declínio. Continua a prevalecer a partidarite, em assuntos que têm a ver
com o nosso futuro coletivo, e com o futuro das gerações mais jovens.
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