APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

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quarta-feira, 23 de março de 2016

TRAGÉDIA EM 3 ATOS

António Lourenço dos Santos

Interrogamo-nos com frequência acerca das causas do declínio económico e social de Tomar.
São produzidas muitas opiniões e existem muitos escritos publicados para responder a esta questão que aflige. Mas afinal podemos poupar-nos à leitura desses artigos. Temos demonstrações ao vivo.
Nestes últimos tempos, assistimos a 3 dessas demonstrações, que ilustram os absurdos que enfraquecem Tomar desde há décadas.

Ato 1. A entrevista da Presidente da Câmara a um Jornal local. Fomos contemplados com um conjunto de lugares comuns, de algumas promessas estéreis que cavalgam o anuncio de uma espécie de obras de regime, e da confissão de uma pretensão intima, a de existir um projeto para Tomar. Qual, não se sabe…mas talvez seja esse o símbolo vazio e descolorido do mandato deste executivo camarário. Tal como de outros, aliás, porque o mal não é (só) de agora. Fica para memoria a incapacidade de apresentar um desígnio condutor para o desenvolvimento do Concelho, e de o valorizar com ações e em atos concretos.     

Ato 2. A farsa do PEDU, que pode ser escolhida como símbolo da capacidade desta Câmara. Não se compreende que a Câmara nos queira entreter com uma designação pomposa (“Plano Estratégico”) para enquadrar meia dúzia de obras sem coerência entre elas. Na realidade está a desperdiçar uma oportunidade única de usar o programa 2020 para se dotar de um verdadeiro Plano que exibisse os eixos e as ações de uma estratégia para nortear o desenvolvimento na próxima década. Uma estratégia para atrair investimentos geradores de empregos, de modo a criar condições de fixação de população em Tomar. Uma estratégia que nos permitisse recuperar alguma esperança. Certo é que a Camara de Tomar arrisca-se a ser uma das poucas que não se sabe o que querem para o desenvolvimento do Município. Tanto pior para os Tomarenses, que continuam a assistir ao declínio da sua cidade…apesar desse PEDU.        
   

Ato 3. A desvalorização sistemática da Oposição, como se para lá das fronteiras desta coligação apenas existisse um vazio de ideias e de pessoas.  E como se a Coligação soubesse o que quer fazer para vencer os problemas principais que existem. Tomar está em declínio, visível no encerramento de Empresas, na perca de Empregos, e no êxodo de população. Não se entende que algumas forças políticas não se queiram ouvir, e não troquem ideias nem discutam opiniões, para vencer esse declínio. Continua a prevalecer a partidarite, em assuntos que têm a ver com o nosso futuro coletivo, e com o futuro das gerações mais jovens.        

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