APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

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terça-feira, 1 de março de 2016

1 DE MARÇO, DIA DE XEQUE-MATE À RAINHA

                Diz a história, podem crer, numa clara manifestação de favor, a rainha D. Maria Anabela de Freitas nomeou Luís Ferreira Costa Cabral conselheiro de Estado, chefe de gabinete, par do reino e elevou-o a conde da parte de baixo de Tomar. Ex-corria o ano de 1845 (2013 no calendário nabantino).
            Na conjuntura, Luís Ferreira Costa Cabral criou a escola da arte, pôs em execução o código administrativo, reestruturou o número de favorecidos e tratou dos intermédios. Fez grandes inventários de arvoredos e bruxedos, mandou enxugar pântanos, construiu e levantou diques, dinamizou a indústria de bichos-da-seda. Em suma, tanto como em sumo, não houve nada em que a sua denodada mão não tocasse, marcando tudo com a forte punção da sua iniciativa tão arrojada quanto organizadora.
            Apesar da oposição e das dificuldades em conseguir manter as forças antagónicas que o apoiavam, o Luísferreirismo&cabralismo beneficiou da nomeação por parte de D. Maria Anabela de Freitas de novos pares do reino, seus apoiantes, que lhe deram a maioria na câmara alta, assim como na baixa.
            Durante esse período, que ficou conhecido pelo Luísferreirismo&cabralismo, este empreendeu um ambicioso plano de reformas, lançando os fundamentos do modernismo, sendo considerado um valido da rainha D. Maria Anabela Freitas. Apesar das suas origens modestas, Luís Ferreira Costa Cabral foi uma das figuras mais controversas do período de consolidação do reino, admirado pelo seu talento reformador, mas vilipendiado e acusado de nepotismo por muitos. A figura preponderante deste estadista, permitiu afirmar que em torno dele girou toda a política que caracterizou o reinado de D. Maria Anabela de Freitas.
            Escudado no exército de apoiantes, na Maçonaria e em clientelas que beneficiavam da política económica e financeira, baseada nas obras públicas e fomento, o Luísferreirismo&cabralismo lançou os alicerces da actual jeitosa situação.
            Em Janeiro de 1846 (2016 no calendário nabantino), o aumento da contestação e o imparável aumento da despesa, levaram ao corte do crédito, tendo o Luísferreirismo&cabralismo entrado em agonia. O descontentamento popular era tal que a mínima agitação ameaçava resultar em sublevação. Perante o alastrar da contenda, muito a contragosto, a rainha D. Maria Anabela Freitas foi obrigada a demitir Luís Ferreira Costa Cabral, que se exilou para Madrid (leia-se Alpiarça).
            Perante a contestação popular, assessores da rainha D. Maria Anabela de Freitas pressionaram-na a tomar medidas, tendo mesmo altos conselheiros do reino oferecido uma fita métrica para sua majestade tomar essas medidas. Alertaram-na:
            - Majestade, o povo tem fome.
            Resposta seca de D. Maria Anabela de Freitas:
            - Já dizia a minha ex-colega, rainha Maria Antonieta, se o povo não tem pão que coma brioches, se não há brioches coma tremoços…
            A propósito, luminosidade na ponta da língua, a rainha ordenou:       
            - Já sei, faça-se uma grande festa no dia 1 de Março, assumindo-se data de comemoração do grande regabofe do reino.
            - Majestade, infelizmente não há dinheiro para foguetes.
            - Faça-se uma colossal feijoada pública, o pessoal que faça a festa e mande os foguetes. 
            - Majestade, os descontentes falam em xeque…
            - Querem um cheque?
            - Sim, majestade, querem um xeque-mate à rainha…

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            Mário Cobra

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