Diz a história, podem crer, numa clara
manifestação de favor, a rainha D. Maria Anabela de Freitas nomeou Luís
Ferreira Costa Cabral conselheiro de Estado, chefe de gabinete, par do reino e
elevou-o a conde da parte de baixo de Tomar. Ex-corria o ano de 1845 (2013 no
calendário nabantino).
Na
conjuntura, Luís Ferreira Costa Cabral criou a escola da arte, pôs em execução
o código administrativo, reestruturou o número de favorecidos e tratou dos
intermédios. Fez grandes inventários de arvoredos e bruxedos, mandou enxugar
pântanos, construiu e levantou diques, dinamizou a indústria de bichos-da-seda.
Em suma, tanto como em sumo, não houve nada em que a sua denodada mão não
tocasse, marcando tudo com a forte punção da sua iniciativa tão arrojada quanto
organizadora.
Apesar
da oposição e das dificuldades em conseguir manter as forças antagónicas que o
apoiavam, o Luísferreirismo&cabralismo beneficiou da nomeação por parte de
D. Maria Anabela de Freitas de novos pares do reino, seus apoiantes, que lhe
deram a maioria na câmara alta, assim como na baixa.
Durante
esse período, que ficou conhecido pelo Luísferreirismo&cabralismo, este
empreendeu um ambicioso plano de reformas, lançando os fundamentos do
modernismo, sendo considerado um valido da rainha D. Maria Anabela Freitas.
Apesar das suas origens modestas, Luís Ferreira Costa Cabral foi uma das
figuras mais controversas do período de consolidação do reino, admirado pelo
seu talento reformador, mas vilipendiado e acusado de nepotismo por muitos. A
figura preponderante deste estadista, permitiu afirmar que em torno dele girou
toda a política que caracterizou o reinado de D. Maria Anabela de Freitas.
Escudado
no exército de apoiantes, na Maçonaria e em clientelas que beneficiavam da
política económica e financeira, baseada nas obras públicas e fomento, o
Luísferreirismo&cabralismo lançou os alicerces da actual jeitosa situação.
Em
Janeiro de 1846 (2016 no calendário nabantino), o aumento da contestação e o
imparável aumento da despesa, levaram ao corte do crédito, tendo o
Luísferreirismo&cabralismo entrado em agonia. O descontentamento popular
era tal que a mínima agitação ameaçava resultar em sublevação. Perante o
alastrar da contenda, muito a contragosto, a rainha D. Maria Anabela Freitas
foi obrigada a demitir Luís Ferreira Costa Cabral, que se exilou para Madrid
(leia-se Alpiarça).
Perante
a contestação popular, assessores da rainha D. Maria Anabela de Freitas
pressionaram-na a tomar medidas, tendo mesmo altos conselheiros do reino
oferecido uma fita métrica para sua majestade tomar essas medidas.
Alertaram-na:
-
Majestade, o povo tem fome.
Resposta
seca de D. Maria Anabela de Freitas:
- Já
dizia a minha ex-colega, rainha Maria Antonieta, se o povo não tem pão que coma
brioches, se não há brioches coma tremoços…
A
propósito, luminosidade na ponta da língua, a rainha ordenou:
- Já
sei, faça-se uma grande festa no dia 1 de Março, assumindo-se data de
comemoração do grande regabofe do reino.
-
Majestade, infelizmente não há dinheiro para foguetes.
-
Faça-se uma colossal feijoada pública, o pessoal que faça a festa e mande os
foguetes.
-
Majestade, os descontentes falam em xeque…
- Querem um cheque?
- Sim,
majestade, querem um xeque-mate à rainha…
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Mário Cobra
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