Tomar foi sede de ordem militar e mais tarde de região militar, local de poder nacional, cidade antes de muitas e até antes de muitos países da Europa, a que agora pertencemos, como antes contribuiu para o descobrimento do mundo.
Tomar é para as últimas gerações, mais passado do que futuro.
Tomar é recordação de uma grandeza, militar, económica e industrial, Tomar é recordação de ser a maior cidade entre Coimbra e Lisboa.
Tomar é presente, com o peso de um passado glorioso e marcante, de quem tem património paisagem e história, mas perdeu o futuro.
Tomar é a contradição das pessoas, de modos de vida, de modos de ver a vida e de uma desunião como em poucos outros locais.
Tomar vive na sombra do que foi e na perda de tudo o que já teve.
Tomar poderia ser, mas já não é o que poderia ser, pois tal como o seu rio que por cá passa e não volta, também as oportunidades passaram.
Tomar só pode ser o que as pessoas de cá quiserem e fizerem, por isso Tomar é o que as pessoas de cá fizeram e quiseram.
Costumo dizer, que por alguma coisa nos Açores, se dão os ananases e na Madeira as bananas, em Tomar temos este conjunto de pessoas, umas cá nascidas, mas uma grande maioria de outros locais a norte e a sul, que manifestamente pouco ou mesmo nada, têm feito no seu conjunto por Tomar, porque existem mais motivos a separar as pessoas, que a unir.
A Tomar falta a indústria, o comércio, o ensino superior, o hospital, os empregos, só para falar do que se poderia aqui ter nos últimos 50 anos, como outros e nós não temos.
A Tomar falta a união por causas, a união por Tomar e pelas pessoas, a Tomar faltou lideres, que para isso dessem o seu melhor.
Tomar tem muitos treinadores de bancada, mas falta-lhe jogadores que ganhem os jogos. Tomar é muito bota abaixo e nada acima. Tomar é muito faz de conta.
Tomar antes do 25 de Abril de 1974, teve quem junto do poder lhe tratasse dos problemas, mas depois de 1974 nada, por isso o comboio parou em Tomar e a auto estrada A1 passou longe.
Por tudo isto Tomar comemora o seu aniversário no dia um de Março, só com os poderes de circunstância, porque a Tomar basta-lhe o seu passado, para o ser.
António Alexandre
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