APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

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Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

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sexta-feira, 4 de março de 2016

AS MEDALHAS QUE A DONA CÂMARA DE TOMAR DEVIA TER ATRIBUÍDO

  Há c´anos era uso os tomarenses aproveitarem o aniversário citadino para invadirem o Continente de Leiria. Eivado de grandiosa generosidade, o Ti Belmiro de Azevedo construiu o “Modelo”em Tomar, infra-estrutura mais iluminadora do comércio do que então as famigeradas aparições das santas do 14. Abreviando, entrementes a diversidade tem levado o pessoal a pirar-se no dia do aniversário da cidade para outras metrópoles, Lisboa onde há um centro comercial a cada esquina, Coimbra porque agora se chega lá mais depressa do que à Serra de Tomar. Paga-se portagens mas quem usa a Via Verde nem dá pelo pagamento, pelo menos por uns dias até a via verde amadurecer na conta.  
                Dos poucos tomarenses restantes na cidade no dia do aniversário, alguns filantropos decidem arrastar-se até à Praça da República. Pelo menos em anos anteriores era assim, este ano não fomos porque nos esquecemos de comprar uma gravata nova e naturalmente não íamos usar a mesmo do ano passado por causa dos remoques “Aquele mal enfarpelado nem tem dinheiro para se produzir”. Também é verdade. A festa vive muito dessa produção visual.
                Em anos anteriores, Praça de República palco da festa de aniversário da cidade, sempre entendemos emocionante o perfilar dos garbosos cavalos, a meia-lua associativa, o içar das bandeiras nas janelas autárquicas, excepto as de trás, o senhor executivo camarário a depor a coroa no pedestal de D. Gualdim. Depois os enternecidos cumprimentos, quiçá com as associações a segredarem à dona câmara “Não se esqueça de mandar o cheque”. A compor a festa, os cavalos não se esqueciam de largar umas valentes bostas. Chegou a sugerir-se trazerem fraldas… os cavalos.
                Este arrazoado para compor o atrevimento deste simples plebeu também poder desbragar opinião sobre as medalhas que alegadamente a dona câmara devia ter atribuído. Aqui ficam, ressalvadas as outras opiniões naturalmente mais qualificadas. Antepondo-nos a eventuais divergências, será curial circunstanciar quanto o nosso destrambelho se deve a vivermos um período de elevada perturbação mental, atendendo ao extremo de, por exemplo, muitos tomarenses, onde nos incluímos, ainda não se terem resignado à perda do Quartel-General (por mais esforços desenvolvidos, ainda não foi possível encontrá-lo), assim como muitos tomarenses acreditarem no privilégio sustentável do tesouro dos Templários ainda se encontrar a render juros. Além disso, vejam lá bem, quem diria, a prestigiada Simone de Oliveira, figura nacional, intérprete de canções de reconhecido mérito, está a esfolar o rabo da sua carreira como vendedora do Calcitrin. Falando nisso, em ganhar uns extras, ora bolas, esquecemo-nos de ir ao casting para a nova novela da SIC, a rodar em Tomar, calhando aproveitando o cenário da roda.   

As medalhas que a dona câmara devia ter atribuído e seja o que Deus quiser

Medalha munícipe mais popular - A atribuir ao ex-vereador, Carlos Silva, por integrar todos os grupos de comensais almoçadeiros/jantareiros, nomeadamente os segundas, os terças, os quartas, os quintas, os sextas, os sábados, os domingos e os feriados.
Medalhas mérito assembleia-geral e orgulho de ser o último - A atribuir ao deputado municipal, João Simões, por assumir o cargo de presidente da assembleia-geral de todas as colectividades e por fazer questão de ser sempre o último atleta a cortar a meta nas 3 Léguas do Nabão.
Medalha autarca mais honrado - A atribuir a Gabriel Honrado, presidente da Junta de Freguesia da Pedreira.
Medalha Património da Humanidade - A atribuir aos chocalhos de Asseiceira pela recente qualificação de Património da Humanidade. Assim sendo, Tomar passa a contar com duas atribuições de Património da Humanidade, o Convento de Cristo e os chocalhos de Asseiceira.
Medalha de eficácia e celeridade - A atribuir a todos os serviços municipais que tornaram possível a intrépida façanha da recuperação do edifício do mercado municipal ter demorado apenas cinco anos.
Medalha de mérito municipal - A atribuir a todo o cidadão que tem tentado apontar, tantas vezes sem sucesso, as ratazanas municipais ávidas em perturbar os serviços da autarquia, em especial os processos, mais ainda quando estas ratazanas ruminam por debaixo da mesa.
Medalha de mérito de produtividade - A atribuir aos técnicos superiores que a dona câmara se deu ao luxo de colocar na prateleira, sendo reconhecido a estes técnicos o zelo de não cometerem agora qualquer erro ou omissão na prestação do superior serviço que lhes foi retirado.
Medalha que afinal era falsaA atribuir ao empresário indiano que pretendia investir quase dez milhões de euros na construção de uma destilaria em Tomar mas desistiu do projecto porque não sei quê, não sei quantos.  

Nota - Para o ano quiçá haverá mais se a comemoração do aniversário da cidade ainda teimar em persistir.

Mário Cobra

    

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