O que a historia nos diz é que em
1 de março de 1160 foi dado inicio à construção do Castelo Templário de Tomar, e
que em 1162 foi recebido foral de D. Afonso Henriques.
Construir, Fortificar e Territorializar.
Podemos admitir que a fundação de
Tomar assentou nestes 3 alicerces. E uma eventual refundação também o pode. Poderão
faltar os Cavaleiros, mas a fonte inspiradora pode ser assegurar e divulgar os
seus ideais e a sua obra.
Fala-se em refundação porque a Cidade
padece desde há algumas décadas de uma crise viral, que lhe ataca os tecidos
social e económico e ameaça reduzir a sua significância. Os seus efeitos são visíveis
no êxodo da população ou no desaparecimento de empresas e de empregos, e na
escassez de iniciativas geradoras de esperança num futuro capaz. Além disso, os
empregos que restam evidenciam uma crescente e presentemente perigosa
dependência do orçamento do Estado.
E se assim é, porque não vamos conceber
uma refundação genericamente estribada nesses mesmos 3 alicerces?
Construir,
em primeiro lugar um paradigma que sirva para orientar e pautar o
desenvolvimento, e as iniciativas para atrair investimentos, tendo em vista criar
emprego e atrair população.
Onde encontrar esse paradigma, que é uma busca que
tantas cidades realizam presentemente? A este propósito, recordo as manifestações
de estranheza que tenho encontrado em tantos autarcas que também o buscam, e olham
para Tomar e não entendem porque não valorizamos devidamente o que temos de
especifico.
Olhemos a partir da Cidade para cima, para o Castelo,
e não é então difícil de entender essas manifestações. Da conjugação de
esforços, da união de povos e de civilizações que desde sempre nortearam o
projeto templário, podemos retirar ensinamentos e utilidades essenciais para
ajudar na construção deste capitulo…
Fortificar, a seguir, as vantagens e as especificidades que temos
para darem corpo ao paradigma que for eleito, e para diferenciar e potenciar o
desenvolvimento. Tratar-se-ia aqui, por um lado, de associar e de integrar as competências
e as dinâmicas das comunidades académica e empresarial, em particular. Há que criar
conhecimentos e propostas robustas para fixar objetivos e para pautarem os
caminhos a percorrer. E os novos fundos comunitários já disponíveis estão
vocacionados para apoiarem abordagens destas.
Territorializar, também, olhando para Tomar como uma das malhas
constituintes de um território mais vasto que o Concelho, mas unido pelo mesmo
paradigma, de modo a constituir uma rede de parceiros e de iniciativas,
públicos e privados, que se possam reforçar mutuamente e concorrer para o
objetivo comum, de devolver vida e esperança a comunidades que a perderam, ou
estão a perder.
Na passada semana, a Lusa fez um
despacho com noticia acerca de projeto de recuperação do Castelo Templário.
Fala-se numa “visão estratégica do monumento” e de “um trabalho em rede, na
região e no território, como altamente potenciador do desenvolvimento”. As
palavras são da Diretora do Convento, e exibem uma visão com muito interesse. É
uma visão exterior à Câmara de Tomar. Iremos perder mais esta oportunidade,
oferecida?
António Lourenço dos Santos
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