APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

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terça-feira, 1 de março de 2016

REFUNDAR

O que a historia nos diz é que em 1 de março de 1160 foi dado inicio à construção do Castelo Templário de Tomar, e que em 1162 foi recebido foral de D. Afonso Henriques.
Construir, Fortificar e Territorializar.
Podemos admitir que a fundação de Tomar assentou nestes 3 alicerces. E uma eventual refundação também o pode. Poderão faltar os Cavaleiros, mas a fonte inspiradora pode ser assegurar e divulgar os seus ideais e a sua obra.
Fala-se em refundação porque a Cidade padece desde há algumas décadas de uma crise viral, que lhe ataca os tecidos social e económico e ameaça reduzir a sua significância. Os seus efeitos são visíveis no êxodo da população ou no desaparecimento de empresas e de empregos, e na escassez de iniciativas geradoras de esperança num futuro capaz. Além disso, os empregos que restam evidenciam uma crescente e presentemente perigosa dependência do orçamento do Estado. 
E se assim é, porque não vamos conceber uma refundação genericamente estribada nesses mesmos 3 alicerces?
Construir, em primeiro lugar um paradigma que sirva para orientar e pautar o desenvolvimento, e as iniciativas para atrair investimentos, tendo em vista criar emprego e atrair população.
Onde encontrar esse paradigma, que é uma busca que tantas cidades realizam presentemente? A este propósito, recordo as manifestações de estranheza que tenho encontrado em tantos autarcas que também o buscam, e olham para Tomar e não entendem porque não valorizamos devidamente o que temos de especifico.
Olhemos a partir da Cidade para cima, para o Castelo, e não é então difícil de entender essas manifestações. Da conjugação de esforços, da união de povos e de civilizações que desde sempre nortearam o projeto templário, podemos retirar ensinamentos e utilidades essenciais para ajudar na construção deste capitulo…

Fortificar, a seguir, as vantagens e as especificidades que temos para darem corpo ao paradigma que for eleito, e para diferenciar e potenciar o desenvolvimento. Tratar-se-ia aqui, por um lado, de associar e de integrar as competências e as dinâmicas das comunidades académica e empresarial, em particular. Há que criar conhecimentos e propostas robustas para fixar objetivos e para pautarem os caminhos a percorrer. E os novos fundos comunitários já disponíveis estão vocacionados para apoiarem abordagens destas.      
Territorializar, também, olhando para Tomar como uma das malhas constituintes de um território mais vasto que o Concelho, mas unido pelo mesmo paradigma, de modo a constituir uma rede de parceiros e de iniciativas, públicos e privados, que se possam reforçar mutuamente e concorrer para o objetivo comum, de devolver vida e esperança a comunidades que a perderam, ou estão a perder.           
Na passada semana, a Lusa fez um despacho com noticia acerca de projeto de recuperação do Castelo Templário. Fala-se numa “visão estratégica do monumento” e de “um trabalho em rede, na região e no território, como altamente potenciador do desenvolvimento”. As palavras são da Diretora do Convento, e exibem uma visão com muito interesse. É uma visão exterior à Câmara de Tomar. Iremos perder mais esta oportunidade, oferecida?             

António Lourenço dos Santos

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