António Alexandre
O Refugiados
não vem para Portugal, é uma frase que me levou a olhar para este assunto de
modo diferente do que a maioria, que preocupando-se com as dificuldades reais
de incalculável número de pessoas desalojadas, pela guerra nos seus países, se
esquecem que cá neste paraíso à beira mar plantado, existem na verdade muitos
milhares de pessoas a viverem pior ou como os refugiados.
Nasceram em
Portugal e sempre cá viveram, em
condições deploráveis, sem os mínimos de qualidade para viverem, nas margens da
exclusão social e do próprio Estado. Sem as condições mínimas de vida, emprego,
casa, luz, água, etc.
Quando me
deparei com a luta de uma mulher, que só pretendia ter luz eléctrica na sua
casa e da restante família, julguei que com algum esforço da minha parte
conseguisse ajudar a resolver essa questão, que me parece simples. Engano meu,
passados vários meses nada acontece, só muros de surdos.
O Estado faz
vista grossa, entra a normal burocracia, que nos come impostos sendo da maior
inutilidade e algumas outras entidades, fazem de conta que ajudam as pessoas,
mas na verdade pouco mais fazem do que distribuir alimentos, que outros lhes dão e as entregam para distribuir. . Existe
muita insensibilidade nas organizações de assistências do estado, que as torna
incapazes de ir mais longe e aos problemas.
E muito faz
de conta, que não vai ao fundo dos problemas e muito menos abre caminhos para
as soluções e a dignidade das pessoas. As entidades vão fazendo vista grossa,
sem irem no caminho das soluções, como é normal no Portugal real.
Quando
catorze cidadãos vivem na estrada de Bexiga Freguesia de Paialvo, concelho de
Tomar, sem electricidade da EDP, mas conseguem ter dois contadores de água e
pagar esses consumos todos os meses aos SMAS, quando os miúdos á noite para
estudarem têm de o fazer a candeeiro a petróleo, não podem ter um frigorífico
ou ver uma televisão, no ano de 2015, o que é isto senão refugiados portugueses
a viver em Portugal.
Quando uma
mãe não consegue que um seu filho doente, tenha a devida medicamentação, porque
não tem electricidade em casa, embora a queira pagar, como paga a água. O que é
que esta gente pode pensar sobre o estado e o pais em que nasceu, em que muita
gente se mobiliza para ajudar os outros, mas nada faz pelos que moram ao seu
lado.
Quando vejo
e sobretudo oiço falar dos graves problemas dos refugiados e vejo tanta gente e
bem, interessar-se pelos ajudar, interrogo-me, se os nossos concidadãos por
estarem tão perto não merecem igual preocupação e ajuda. É muito faz de conta,
esta sociedade portuguesa actual.
Claro que só
vejo uma forma de ajudar esta gente, é chamar a SIC a TVI e a RTP, talvez assim
a solução apareça finalmente
Talvez assim
o sistema funcione e esta dúzia de cidadãos portugueses, deixem de ser
refugiados na terra em que nasceram.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.