APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

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Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

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sexta-feira, 1 de abril de 2016

REFUGIADOS CÁ DENTRO

António Alexandre

  O Refugiados não vem para Portugal, é uma frase que me levou a olhar para este assunto de modo diferente do que a maioria, que preocupando-se com as dificuldades reais de incalculável número de pessoas desalojadas, pela guerra nos seus países, se esquecem que cá neste paraíso à beira mar plantado, existem na verdade muitos milhares de pessoas a viverem pior ou como os refugiados.
Nasceram em Portugal e sempre cá viveram,  em condições deploráveis, sem os mínimos de qualidade para viverem, nas margens da exclusão social e do próprio Estado. Sem as condições mínimas de vida, emprego, casa, luz, água, etc.
  Quando me deparei com a luta de uma mulher, que só pretendia ter luz eléctrica na sua casa e da restante família, julguei que com algum esforço da minha parte conseguisse ajudar a resolver essa questão, que me parece simples. Engano meu, passados vários meses nada acontece, só muros de surdos.
  O Estado faz vista grossa, entra a normal burocracia, que nos come impostos sendo da maior inutilidade e algumas outras entidades, fazem de conta que ajudam as pessoas, mas na verdade pouco mais fazem do que distribuir alimentos, que outros lhes  dão e as entregam para distribuir. . Existe muita insensibilidade nas organizações de assistências do estado, que as torna incapazes de ir mais longe e aos problemas.
  E muito faz de conta, que não vai ao fundo dos problemas e muito menos abre caminhos para as soluções e a dignidade das pessoas. As entidades vão fazendo vista grossa, sem irem no caminho das soluções, como é normal no Portugal real.
  Quando catorze cidadãos vivem na estrada de Bexiga Freguesia de Paialvo, concelho de Tomar, sem electricidade da EDP, mas conseguem ter dois contadores de água e pagar esses consumos todos os meses aos SMAS, quando os miúdos á noite para estudarem têm de o fazer a candeeiro a petróleo, não podem ter um frigorífico ou ver uma televisão, no ano de 2015, o que é isto senão refugiados portugueses a viver em Portugal.
  Quando uma mãe não consegue que um seu filho doente, tenha a devida medicamentação, porque não tem electricidade em casa, embora a queira pagar, como paga a água. O que é que esta gente pode pensar sobre o estado e o pais em que nasceu, em que muita gente se mobiliza para ajudar os outros, mas nada faz pelos que moram ao seu lado.
  Quando vejo e sobretudo oiço falar dos graves problemas dos refugiados e vejo tanta gente e bem, interessar-se pelos ajudar, interrogo-me, se os nossos concidadãos por estarem tão perto não merecem igual preocupação e ajuda. É muito faz de conta, esta sociedade portuguesa actual.
  Claro que só vejo uma forma de ajudar esta gente, é chamar a SIC a TVI e a RTP, talvez assim a solução apareça finalmente
 Talvez assim o sistema funcione e esta dúzia de cidadãos portugueses, deixem de ser refugiados na terra em que nasceram.

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