APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

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quarta-feira, 13 de abril de 2016

AS NOSSAS FONTES

  António Pedro Costa

  É um facto, que Tomar e os seus rios estão inteiramente ligados. Pela caracterização que dão, e pelas potencialidades que nos oferecem. Indiscutivelmente temos o rio Nabão como elemento de maior destaque, pois trata-se do “sangue” vivo que dá vida a Tomar. Numa zona mais extrema do concelho, o nosso maior caudal de grandeza, o Zêzere, é hoje em dia um gigante que “adormece” quando passa pelo concelho. E falando em potencialidades - pois é demasiado óbvio que elas existem – tanto o Nabão como o Zêzere transbordam das mais diversas faculdades que nós podemos aproveitar.   Estamos num burgo profundamente exigente, mas também com uma profunda resignação, e, atreve-mo a dizer com alguma passividade perante tão boas propriedades que nos foram dadas pela Natureza. Sim, não foi ninguém que cá as meteu. 
  O rio que divide a cidade ao meio é um marco importante da nossa história, com um leito cheio de estórias para contar. É caracterizado pelos seus açudes, não com água cristalina, mas com uma “fisionomia” interessante, que ao chegar à ponte velha nos oferece uma paisagem bonita e faustosa. De uma coisa podem ter a certeza, ninguém nos tira esta preciosidade natural. Seria um crime, não referir aquela roda de origem árabe, junto àquela pequena ilha chamada Mouchão, que está em qualquer cartão-de-visita da cidade. No entanto, a despedida das margens do rio, atualmente, na zona do flecheiro é verdadeiramente triste. Enquanto o rio vai embora da cidade, quem chega pela zona sul depara-se com o lixo amontoado que fica preso num velho açude, desaparecendo o lixo apenas quando o caudal em tempo de chuva sobe. Que belo cartão-de-visita! Isto para não falar das margens daquele sítio, tristes e cinzentas. O rio não merece uma despedida assim da cidade. 
  Como já referi, o rio com a sua localização deve ser um ponto essencial na atração de turismo, e do seu verdadeiro aproveitamento. Todos os projetos já programados para o rio são muito bem-vindo, e devem ser devidamente equacionados pelos responsáveis políticos. O rio Nabão pela sua centralidade tem de ser um tema do debate político e não pode ser esquecido, como tende a ser. Não basta ordenar limpezas esporádicas das margens, é necessário encontrar formas de as potencializar. Obviamente, neste capitulo pelo menos tem que ser encontrada uma solução para o Flecheiro de modo a dar vida às margens do rio, e a garantir a sua preservação. Ao fim ao cabo, a água é o bem mais importante que temos no planeta. 
  O rio Zêzere é um exemplo de como o seu aproveitamento noutros concelhos por onde passa, contrasta com a quase passividade com que é encarado entre nós. Este desaproveitamento do Zêzere é uma história bem antiga. A pergunta é simples: o que fazer com o Zêzere? A resposta também: “usar e abusar”. É um ponto de convergência importante de todos os verões. Os banhos, os passeios de barco, as pescarias, e outros aproveitamentos de lazer, tornam o Zêzere um local de culto para ócio. Nem sequer uma singela praia fluvial temos, apenas e por enquanto ao papel ou à imaginação.  Concluindo, e acabando como comecei, Tomar deve aproveitar as potencialidades que a Natureza nos dá. É importante referir, que a nossa cidade, tendo o potencial natural enorme para o turismo que tem, não está dotada de uma visão estratégica onde figure o aproveitamento e a valorização do Nabão e do Zêzere, e das suas bacias.
  O tema “água” é para além de pertinente, um tema sério e reflexão importante.    

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