APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

tomaropiniao@gmail.com


domingo, 3 de abril de 2016

TENHO PENA, MAS TAMBÉM CULPA...

  Rui Ferreira

  Quando era criança acalentava, naturalmente, opiniões acerca das coisas do mundo.
  Lembro-me que uma delas era sobre os encostos de cabeça nos automóveis. Para mim, esses apêndices almofadados no topo dos assentos só poderiam servir para simular a presença de pessoas dentro do habitáculo, afastando os ladrões e garantindo assim a segurança dos veículos.
  Uma outra relacionava-se com a televisão: Eu afirmava a pés juntos que as motocicletas, mesmo passando ao longe, provocavam interferências na emissão e causavam uns riscos ondulados na imagem.
  Mas havia mais!... Ó se havia! No entanto, choques elétricos, cabeças partidas e outras experiências da vida, foram constituindo oportunidades para ajustar a minha opinião acerca de muitos assuntos. Em suma, o delicioso exercício da tentativa e erro, o doloroso raciocínio ou mesmo a pragmática aceitação da opinião de outros moldaram, e moldam, a minha “maneira de ver as coisas” 
  Hoje em dia, apesar de aturados cálculos e experiências, não tenho total certeza de que a luz do frigorífico se apaga quando fecho a porta. No entanto admiro todos aqueles que não têm dúvidas. De facto, tanto nas ciências exatas como a demografia, até às ciências humanas como a história ou a política, constato haver gente que não sofre de dúvidas. São cidadãos que atingiram o “olimpo da razão”.   
  Entretanto a “meia idade” tem-me possibilitado observar alguns fenómenos humanos cíclicos que radicam, não só na ignorância do percurso dos nossos antepassados, como também na falta de humildade que certos idealismos inflamam.
  Não querendo, de modo algum, concretizar a minha anterior afirmação, sinto simplesmente pena que, neste pequeno concelho, se vislumbrem tão poucos entendimentos.
  Li um livrito que acabava assim: “Uma vida de homem só se justifica pelo esforço, mesmo desafortunado, de melhor compreender. (…) Quanto mais eu compreendo, mais amo, pois tudo o que se compreende está certo”
Quão banal seria o mundo dos homens se todos tivessem o conhecimento e a consciência de tudo?



Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.