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quarta-feira, 27 de abril de 2016

A ÁGUA E TOMAR

  
 António Alexandre 

 A água ganhou no mundo uma enorme importância e em Tomar o Rio Nabão, teve e tem uma influência decisiva para fixação das pessoas e crescimento da própria cidade.
Todas as indústrias que aqui se instalaram ao longo do rio, a central elétrica da levada que permitiu a Tomar ser uma das primeiras cidades com iluminação elétrica, bem como a Barragem do Castelo de Bode, primeiro para a produção de eletricidade e mais recentemente para levar água a uma vasta região que vai de Tomar à grande Lisboa, que antes não a tinha em qualidade e quantidade.
Tomar beneficiou desde sempre de ter água para se desenvolver e crescer, seja ela dos seus rios Nabão ou Zêzere, mas também das suas várias nascentes com destaque para o Agroal e a Mendacha (Sabacheira).
Coisa diferente foi a gestão da água no final do século XX e inicio do XXI.
Quando muitos concelhos resolveram as suas questões de abastecimento  de água e saneamento do seu território, em Tomar a par de um certo falhanço da gestão municipal, quanto ao saneamento, dificilmente poderia ser pior. Mesmo mais investimentos avultados das Águas do Centro em água e saneamento, poderiam ter sido realizados, mas pela inércia autárquica não o foram.
Verdade se diga que a culpa terá de ser dividida em parte pelos governos do país, pois a somar a uma incapacidade e ausência de vontade própria do município, se juntaram todos os vários governos de Portugal, que nos últimos 15 anos construíram um modelo que impediu alguns como Tomar, de se candidatar a verbas da comunidade para esta área, que nos levou a uma situação desastrosa, pois temos pouca cobertura de saneamento, de que zonas perto da cidade como Carvalhos de Figueiredo ou Palhavã são uma amostra real do falhanço de vários mandatos do município.
Existem no entanto bons exemplos de outras formas de gerir estes sectores e as Águas do Ribatejo aqui tão perto, são um desses exemplos.
A água de abastecimento e saneamento, deve ter uma gestão empresarial e autónoma da politiquice, bem como da gestão diária de autarcas sem vontade de fazer e interesse em saber fazer. Os SMAS devem ter uma gestão interessada e ativa, o atual modelo não nos leva a bom caminho e muito menos a sua integração total na gestão do município.
Esta questão tem de ser vista pela qualidade/preço, mas pela cobertura territorial. E não como forma de financiamento do município para outras áreas.
É no entanto necessário lembrar que em 1990 na cidade de Tomar se fechava a água ás 22,00 h e se ligava ás 6,00 h pois não existia em quantidade, tal como na maioria das freguesias nem abastecimento tinham. E quanto a tratamento de esgotos era quase zero em todo o concelho, incluindo a cidade.
Mas isso não justifica o que não se fez, ou o que mais se poderia ter feito, pela tal qualidade/preço.
Tal como em muitas outras coisas, Tomar não fez o que devia para as aproveitar, outro exemplo é o aproveitamento turístico e lúdico da água no nosso concelho, ficou pelo faz de conta que somos, mas não somos na verdade, bons gestores de todo o nosso potencial.

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