APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

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Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

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sábado, 7 de maio de 2016

BONS SERVIÇOS À COISA PARTIDÁRIA

 Mário Cobra

Era um vez um jovem líder tomarense a quem os deuses dos lugares nas listas às eleições legislativas concederam malas-artes de tomar posse como deputado da majestática assembleia nacional. Segundo a fada constituição, os proprietários nacionais dos partidos são obrigados veja-se lá bem a gramarem listas distritais, embora colocando como cabeça de cartaz um crânio nacional não vá o pessoal da província armar-se em carapau de corrida, cometendo o pecado capital de pensarem pela própria cabeça concelhia. Pecado capital porque cometido na capital, em Lisboa.
Naturalmente a selecção destes dóceis servos distritais cinge-se à regra básica de serem fiéis à entidade patronal partidária ate à medula. Nem que a consciência tussa é assim e não bufa. Ora ocorreu que, reproduzido no “Tomar na rede”, segundo o “Expresso”, de 23 de Abril, na secção “Gente”, o deputado tomarense Hugo Costa (PS), suplente na comissão de inquérito ao Banif, como “o ponta de lança do partido na última audição a Ana Salcedas, a responsável da Ernst & Young pelas auditorias ao Banif entre 2008 e 2013”. Escreve o jornal que Hugo Costa “ia debitando perguntas que curiosamente Salcedas dizia não compreender”. “Talvez novato naquelas andanças de comissão de inquérito, não conseguia desenvolver o raciocínio e passava à pergunta seguinte”. Outra hipótese para o jornal é que Hugo Costa “não tinha estudado a lição e estava simplesmente a repetir o que alguém lhe escrevera no papel?”.
Ora, lamentavelmente, tanto quanto nos apercebemos, nem as forças vivas tomarenses nem as menos vivas saltaram em defesa do dedicado deputado, enaltecendo as suas inquestionáveis capacidades de obediência, de absoluta fidelidade ao cumprimento do que a direcção da bancada lhe ordenou. Presume-se quanto a nomeação do jovem deputado tomarense para estas audições às auditorias ao Banif se relacionou com o presunção deste líder ter exposto no seu currículo grande conhecimento sobre os bancos do Mouchão.
Acontece semelhante quando a direcção do partido exige aos dignos deputados distritais votos a favor em matérias tão específicas com as leis sobre o efeito das picaretas em brasa na evolução do regionalismo, a influência dos molhos de palha na dívida pública aos molhos, ou a penalização como crime público a todo o piropo proveniente de funcionários das empresas públicas.
Como recompensa desta firme fidelidade partidária, destacada a nível nacional, somos da opinião que o novato deputado tomarense justifica um galardão no próximo aniversário da cidade. Quiçá a medalha de mérito dos bons serviços à coisa partidária.

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