APRESENTAÇÃO
“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.
Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.
Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.
“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.
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domingo, 31 de julho de 2016
A ARTE DE BEM RECEBER
sexta-feira, 29 de julho de 2016
A PENA DE MORTE
segunda-feira, 18 de julho de 2016
ALÉM-FRONTEIRAS / AQUÉM-FRONTEIRAS
Tive que intervalar largas semanas, que o tempo, ao contrário do que pensamos, não dá para tudo. Até porque a gente, com a velocidade dos dias não dá pelo passar da vida…
Frenesim era em Tomar, nos dias seguintes ao 25 de Abril: a sofreguidão por notícias era tanta que as pessoas iam à estação dos comboios esperar os jornais. Os revendedores que ali iam buscá-los, aí logo os vendiam! Improvisavam a banca naquele balcão largo e baixo que separava a área dos passageiros da área de despachos e preparação de carga. Largavam os maços atados, desatavam-nos à navalhada e tinham que ter cuidado com algum cliente mais impaciente que se apressasse a pegar no jornal e se esquecesse de pagar.
domingo, 17 de julho de 2016
O "CRIME" DA CHINFRINEIRA
Há crimes globais, assassinatos. Há dias a esta parte os noticiários televisivos não falam de outra coisa. Até já declinaram as feéricas festas relativas à vitória da selecção nacional.
Há “crimes” nacionais, sejam políticos, sejam financeiros. Seja a situação das instituições bancárias, seja o “festival da sanção europeia ”. Pois, estas questões não cabem numa simples e ligeira crónica. Mais ainda por causa do calor.
Há “crimes” regionais e locais. Exemplo de “crime” regional, quem conhece a situação do caos na urgência do Hospital de Abrantes deve qualificar de atentado à saúde dos cidadãos enfiarem naquela confusão mais uma urgência do serviço de cardiologia. Este será um “crime” pouco saudável para quantos necessitem de recorrer à urgência do Hospital de Abrantes, onde o comum do cidadão acaba por cair, penando tormentas.
“Crime” local de lesa turismo. Tanto quanto foi tornado público, face às reclamações, em especial da gerência do Hotel dos Templários, porque no ano passado a prolongada chinfrineira da festa da cerveja terá atingido foros de fazer perder a paciência a um surdo, o executivo assumiu que este ano o arraial se realizava no mercado municipal, evitando assim molestar os clientes do hotel. Imagine-se quantos decidam vir passar um fim-de-semana a Tomar, no hotel junto ao rio, paisagem idílica (assim seria se fosse) jardins floridos (escrevemos floridos embora soe a vernáculo semelhante). Pois, imagine-se os turistas confrontos com um arraial à cabeceira, tortuosa marca de receber os visitantes. Tanto quanto nos apercebemos, não foi tornada pública a razão do executivo ter retrocedido na intenção assumida, mas deduzimos que os organizadores da festa se tenham recusado a realizar o evento no espaço do mercado. Daí o executivo tenha optado pela solução “Haja festa. Se lixem os turistas. O povinho quer é festas e mais festinhas”. Em nossa modesta opinião, o local certo da realização da festa seria na Praça da República, durante toda a semana, dia e noite, ficando assim o executivo a saber quanto custa gramar o frete.
“Crime” de confundir o género humano com o Manuel Germano será a proposta da câmara ao ministro da Cultura no sentido de se engendrar uma gestão partilhada no caso do Convento de Cristo. Ou seja, um executivo que não consegue sequer resolver questões bem mais simples como seja a limpeza da cidade e do concelho, entende-se capaz de co-gerir o Convento de Cristo. Salvo se a proposta do executivo for no sentido do Ministério assegurar as despesas correntes e os investimentos cabendo à câmara municipal arrecadar as receitas das entradas. Assim vai fazer o executivo na caça à verba ao propor taxar o estacionamento em quase toda a cidade, pelo informado sem atender sequer a uma prática comum de permitir estacionamento aos moradores.
Em termo de receitas à má fila, propomos, por exemplo, a câmara iniciar a cobrança de bilhete de acesso a quem recorrer aos seus serviço, a quem quiser ir ao mercado municipal, a quem quiser entrar nos cemitérios, incluindo os que vão no caixão.
Mais havendo para dizer, fica a sugestão de que os órgãos de comunicação, blogues e quejandos abram uma secção com o título “Crimes urbanos, mazelas rurais”.
Que não lhes doa o teclado.
Outra sugestão, que a câmara promova, em Agosto, a grande festa dos tomates, coisa que por cá em termos autárquicos vai faltando cada vez mais.
Já agora, muita intenção dita popular pode induzir determinado tipo de cheirinho a prevaricação. Caso deste respigo de notícia - "O pátio das cantigas" e "O leão da Estrela" somaram mais de 805 mil espectadores e cerca de quatro milhões de euros. Exemplo de como o mau gosto pode ser compensado, assim dizem os críticos, os maus da fita.
Há sempre também uns maus da festa, ditos politicamente incorrectos, a lamentarem-se das inquinadas repercussões.
sexta-feira, 1 de julho de 2016
MAS QUE RAIO DE TEMA ESCOLHERAM PARA ESTE MÊS - "FRENESIM"
Assim, de repente, este termo de origem grega suscita-me a imagem de um crocodilo, dentro de água, às voltas com uma presa dilacerada na boca ou então milhares de formigas sobre um cadáver... É algo assim, irracional, primitivo, visceral, cru, enfim... animal.
Não deve, por isso, ser estranho que utilizemos este substantivo para aludir a estados anómalos, tanto dos indivíduos como da sociedade. De facto, uma das suas conotações mais comuns é a impaciência. Essa condição afecta-nos, a todos, de um modo atroz. A gestão das expectativas de cada individuo depende de milhares de factores, tanto endógenos como exógenos. Um deles, e talvez o mais importante, é o do prazer ou da auto-satisfação.
O prazer, a satisfação e mesmo a felicidade (consagrada, como direito alienável, na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América) são hoje considerados objectivos legítimos e transversais na sociedade. O sucesso, o poder e o bem estar são chavões publicitários e modelos de vida aos quais, aparentemente, não existe alternativa. Talvez por isso o dever, o serviço e a solidariedade andem pelas "ruas da amargura". As pessoas não pensam, ... reagem. Não procuram, ... é-lhes facultado. Não opinam, ... escolhem de uma lista pré-preparada. Gritam, ... não comunicam. Competem, ... não jogam.
Em 1977, na sua obra "O macroscópio: para uma visão global", o biólogo molecular Joel de Rosnay, escrevia o seguinte:
"Numa região do hipotálamo existem feixes de fibras nervosas que parecem desempenhar um papel essencial no sistema de recompensa do organismo. Se se estimular por meio de descargas eléctricas numa cobaia um destes feixes, o animal desata a comer com voracidade. Em presença de animais do sexo oposto copulará com frenesim. Se lhe deixarmos a possibilidade de ele próprio estimular este centro de prazer, ele próprio entregar-se-á, até à exaustão, a esta actividade narcisista levando a frequência dos estímulos até 8.000 por dia!"
Este cientista e futurista especulava sobre o facto de um ser vivo poder, directamente, estimular aquela região do cérebro (o hipotálamo), considerada a "parte primitiva do nosso sistema nervoso".
Creio que a sociedade humana desenvolveu essa faculdade. A humanidade, cujo desígnio segundo muitos, seriam as estrelas, encontra-se ocupada a tentar estimular o seu "cérebro primitivo", num frenesim de irracionalidade ao qual, nem o vislumbre da morte, parece pôr termo.