Carlos
Trincão
O tema é República, mas prefiro “Res publica”, isto
é, o que é público, a coisa pública. Daí que…
Decorreu este Verão, sob a dinâmica e eficaz coordenação
da Filipa Fernandes e dos responsáveis políticos da Junta de Freguesia de Santa
Maria dos Olivais e S. João Batista, através do programa JUNTANIMA, um conjunto
de semanas de férias educativas e recreativas para jovens e crianças do nosso
Concelho. De resto, o mesmo já se passara em anos anteriores, o que merece o
meu aplauso e estímulo, se é que a minha palavra tem algum “poder” nesse campo
(presunção e água-benta…).
Esta questão é-me particularmente grata pois que,
trabalhando com crianças, reconheço a importância e a valia desta iniciativa.
Atrevo-me, portanto, a repescar um texto meu de há
10 anos, apresentado na Assembleia Municipal de Tomar, sobre matéria
convergente,
PRINCIPALMENTE, para dar mais lenha para a Filipa carregar. as ideias nunca estão
a mais e podendo haver maneira de as aproveitar, caso interessem, e juntar vontades, todos ganhamos.
Aqui fica, portanto, o meu contributo sobre esta
matéria:
Em 31 de Março do corrente [estávamos em 2006], no âmbito do
debate sobre o Regulamento das Férias Desportivas, o Bloco de Esquerda produziu
uma intervenção na qual sistematizou um conjunto de ideias susceptíveis de
corporizarem o embrião de um processo de criação de Campos de Férias Residenciais
em Tomar, intervenção essa que suscitou acenos de simpatia por parte de outros membros
desta Assembleia.
Afirmámos, então, que voltaríamos a esta
temática em altura que o permitisse fazer de modo mais formal, o que acontece
agora.
Tendo consciência de que não compete a esta
Assembleia intervir neste aspecto, é, todavia, também, nossa obrigação
aconselhar ou sugerir ao Executivo as opções que considerarmos adequadas para o
enriquecimento do nosso Concelho, pelo que se sistematiza, de novo, aquele conjunto
de sugestões:
1
– Criação de Campos de Férias residenciais susceptíveis de acolher jovens de
outros pontos
do país e do estrangeiro, salvaguardando desde logo uma quota para residentes
no Concelho.
2
– Definição das actividades por áreas de intervenção, temáticas ou generalistas
(Desporto, Música, Artes Plásticas, Teatro, Acampamento,...) monitoradas por
Associações e Clubes locais.
3
– Concretização destes campos com a intervenção de Mecenas e outros
(Ministérios – ou Secretarias de Estado – da Educação, Cultura, Desporto e
Juventude, Emprego e Segurança Social).
4
– Possibilidade de participação nestes campos de férias de jovens do Concelho
oriundos de famílias de menores recursos financeiros em condições de apoio
especiais.
5
– Criação de quotas em todos os programas para filhos de cidadãos tomarenses
emigrados.
6
– Divulgação deste programa em cidades com afinidades histórico-culturais com
Tomar (Viseu ou Santarém, por exemplo), laços de cooperação, como a Rede
Europeia das Cidades dos Descobrimentos (Lamego, Castelo Branco, Coimbra,
Porto, Lagos, Lisboa, entre outras) ou as Associações de Municípios da Ordem de
Cister e com Centro Histórico.
7
– Promoção deste programa em cidades com que Tomar mantém geminações (Haddera, Vincennes),
actividade anterior, como a Rede Europeia das Cidades dos Descobrimentos (com cidades
em Espanha, Bélgica, Itália e Holanda), Pontedera e Pisa (Festival Sete Sóis
Sete Luas), Galway (Irlanda, Rede das Cidades Médias Europeias) e com as cidades
do Projecto Les Fêtes du Soleil (Siena em Itália, Beersheva em Israel, Le Kef
na Tunísia, ilha de Gozo – Malta e Versailles).
8
– Criação, com os responsáveis políticos das cidades referidas, de condições
para que
jovens
tomarenses, ou filhos de tomarenses emigrados, possam aí ter acesso a programas
similares.
9
– Lançamento do programa de férias “A minha família é a tua família, a tua
família é a minha família”, criando uma rede recíproca de famílias
acolhedoras de jovens de outros países.
10
– Criação de um projecto paralelo de promoção de Tomar junto das outras cidades
a par do projecto de divulgação dos dois anteriores: Campos de Férias e
Famílias Acolhedoras.
Assim,
e fazendo a “ponte” entre uma proposta e uma recomendação, como por vezes é sugerido,
proponho que esta Assembleia recomende ao Executivo a apreciação dos 10 pontos anteriormente
sistematizados.
Tomar,
20 de Abril de 2006
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