APRESENTAÇÃO

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Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

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sábado, 24 de setembro de 2016

MATA DOS SETE MONTES: A FLORESTA DAS LENDAS

Carlos Trincão

Nestes dias em que decorrem as Jornadas Europeias do Património, entendi que poderia ser interessante repescar um artigo que publiquei no semanário Cidade de Tomar, em março deste ano. 
Trata-se de uma abordagem em torno do património vegetal que temos em Tomar. 
O que adianto não é de fácil concretização, tais os problemas a contornar. Nem sei mesmo se, ainda que contornando questões de ordem burocrática e outras que tenham a ver com a tutela do sítio para onde defendo a intervenção, seria possível enveredar por tal caminho. De qualquer modo, arriscando a polémica ou a megalomania com que possa ser vista a ideia que apresento, “pela rama”, aqui fica o meu contributo.

A Floresta das Lendas, a concretizar na Mata dos 7 Montes, seria um projecto de animação turístico-cultural em torno das lendas, mitos, fábulas, histórias tradicionais e contos populares, focando a sua actividade na representação e recriação desse Património Imaterial, contribuindo para a animação, recuperação e conservação do lugar, reforçarando a ligação ao Castelo/Convento e enquadrando o imaginário templário como algo a explorar.
Seria um projecto etariamente transversal, que buscaria formas para ultrapassar constrangimentos meteorológicos e incorporaria conceitos como parque temático, campo de férias, acampamento, centro de recursos e recurso educativo, parque de merendas, percursos de lazer e centro de interpretação da Natureza.
Aliar-se-ia a elementos de captação de visitantes, na cidade, como restauração, alojamento e outros, podendo vir a estimular as autoridades para a criação de outros equipamentos de acolhimento, como uma Pousada de Juventude.
Seria um projecto estimulador do crescimento do caudal de visitantes e de criação de emprego, podendo recorrer a empresas e/ou entidades com actividade convergente.
Como as árvores, seria um projecto em crescimento permanente.
A Floresta das Lendas teria percursos para descoberta de lendas, mitos, fábulas, histórias tradicionais e contos populares assentes nos caminhos existentes ou na criação de ligações adicionais, perenes ou efémeras, terrestres ou aéreas (passadiços), utilizando recursos naturais ou construídos pré-existentes, ou a construir de forma sustentável e livre de ruídos ambientais.
Por exemplo, o conto “A casinha de chocolate” implicaria a instalação de um módulo em madeira (cabana), adaptável a outra história ou lenda, sei lá… o “Capuchinho Vermelho”, em rotatividade a definir, pois que seriam aconselháveis esquemas de exploração renováveis, com rentabilização/adaptação dos recursos físicos naturais ou artificiais, conseguindo-se um “parque temático” sempre diferente, logo potenciador de visitas para os mesmos públicos em ocasiões diferentes. E multiplicar-se-iam as cabanas para diversas histórias durante a visita.
Os seres mitológicos (dragões, grifos, unicórnios, sereias, lobisomens, …) traduzir-se-iam em elementos escultóricos auto e inter-activos: em Cracóvia, um dragão deita fogo regularmente ou quando é enviada uma sms para determinado número; ora, pelo mesmo modo bateriam asas do Pégaso, o Minotauro rugiria ou um dragão fumegaria pelas narinas… Pequenas esculturas de duendes, gnomos, fadas e anões propiciariam pistas e informações.
Os desportos radicais convergiriam para a exploração das histórias: parede de escalada para subir à torre da princesa, rappel para fugir do gigante do castelo das nuvens (uma casa numa árvore), slide para um Ícaro a voar e os tanques da Mata seriam fundamentais para lendas com a água por referencial…
Como exploração educativa, a Floresta das Lendas teria um Centro de Interpretação – filmes, música, vestuário, iconografia, informação adaptada ao tipo de visita (individual, grupo, totalidade, ou parte, da oferta…), biblioteca / mediateca, galeria de autores, atividades plásticas, …
A Floresta das Lendas colaboraria com as escolas e com o Ministério da Educação.
A Floresta das Lendas teria recepção, bilheteira e loja, restaurante e café/bar. Não se trataria de cobrar entradas para a Mata, mas sim cobrar entradas para o usufruto das atividades que se escolhessem, em programas pré-definidos e organizados ou, mesmo, para usufruto autónomo tendo por guias aparelhagem adequada, aplicações digitais para telemóvel ou outras soluções.
Em poucas palavras, a ideia seria levar à Mata dos 7 Montes mais um elemento de atração de visitantes, potenciando-a e exponenciando-a com recursos de outra ordem já existentes, como o Centro de Interpretação Ambiental.


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